Monday, December 18, 2006

Beijos & Abraços

o cartaz está fantástico!

É como tem de ser sendo sobre o que é.

Mistura de passado e presente, particular e geral, bruto, cru e real. O texto é gritante no seu autor mas não deixa por isso de ser bom. Talvez não calhe bem a comparação, mas tal como Woddy Allen não consegue sair de si e do que é, para escrever, ou realizar, exaustivamente os seus filmes e textos, em modo sermão aos peixes, também Luís Assis ganha corpo nas suas palavras em palco, com a diferença de essa separação não me parecer sequer objectivada. Transparecem essas vivências que ajudam a dar consistência ao que poderia passar facilmente para o banal, sofreguidão necessária nos momentos chave.
Não falta a provocação ao público, o "olhar" sobre a sociedade, homofobias intrínsecas e extrínsecas, hipocrisias, falsos moralismos and so on.
Deu-me mais do que aquilo que pedi ou esperava (porque não esperava, acho que o ideal é não esperar, ir que nem tábua rasa para qualquer tipo de espectáculo). O pontapé no estômago é marca daquilo que tem qualidade. Coleccionei aquilo que só boas as peças me dão: um nó na garganta de angustia, adrenalina, uma lágrima, uma bela gargalhada, um suspiro, um sorriso.
Os meus parabéns a todo o elenco e produção.

Esteve no Teatro Comuna e aconselho vivamente a quem possa ir ver, no caso de uma reposição.
Saber mais aqui.

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Adoro como escreves

6:03 PM  
Blogger Peg solo said...

gosto sempre de elogios ainda que anonimos
:)

10:07 PM  
Blogger triss said...

Já não está em cena? Fiquei com vontade de ir ver

4:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

Gostei mas, houve alturas em que o teatro me lembrou este poema de Bocage:

Lá quando em mim perder a humanidade

Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia – o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:
Não quero funeral comunidade,
que engrole sub-venites em voz alta;
Pingados gatarrões, gente de malta,
Eu também vos dispenso a caridade:
Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:
"Aqui dorme Bocage, o putanheiro:
Passou a vida folgada, e milagrosa:
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro

6:27 PM  
Blogger Peg solo said...

triss,
pois não está. Nem sei se terá ou não reposição. Espero que sim ;)

me hate,
camarada Bocage era muito engraçado, um genuino desbocado!

12:39 AM  

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