amor paz e poesia
...um adeus a Cesariny com olá à sua poesia...
poema
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
poema
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
6 Comments:
:)
Há entre nós, os comuns mortais, uma coisa única que nos associa, nos identifica, aproxima, e tantas outras coisas: as palavras. Mas só aqueles que não são comuns mortais têm a audácia de elevar a palavra a um território com o qual todos sonhamos. Para o poeta é simplesmente real.
Cesariny está aí...nesse território.
que bom. que bom. que bom é saber que há por aí mais gente que partilhe a grande perda deste século. que bom é saber que há por aí mais gente que se despede como pode. Do Homem. O Poeta, o Pintor, esses ficam para sempre.
até sempre, Mário.
sem dúvida, um dos mais importantes vultos da literatura mundial. um beijo pela excelente escolha
Os artistas não morrem...
Dão-nos paz e ficam no nosso bolso para sempre.
Maria,
:)
Pé,
so exactamente os q nao sao comuns mortais sonham ou elevam um tal territorio q aos outros nao existe nem objectivo,nem em subjectivo. Suponho q Cesariny tenha um território só seu, um espaço q so a ele pertence!
Colhe de chá,
é sempre bom comungar gostos. É triste mas confortavel partilhar perdas.
Thiago,
obrigada! "poema" é um dos meus preferidos, simplicidade poética :)
alcebiades,
verdade, nao morre o artista, mas morre o homem que lhe deu corpo e meio como diz a colher, é essa a perda que se sente.
volte sempre!
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