Com gosto a outro sabor
( RECICLAGEM nº1 )
Na cozinha com a Peg*
Como o prometido é devido, calha hoje o dia da primeira reciclagem (textos antigos editados ou não), esta de Sábado, Fevereiro 11, 2006, como resposta à má língua da menina Mia que trouxe à baila os meus dotes culinários em forma de comentário. Para sua informação cozinhei hoje um almoço para a minha querida amiga P., fisioterapeuta, e ganhei com isso o direito a uma massagem profissional. Quem disse que cozinhar é uma chatice?
Na cozinha com a Peg*
Sempre imaginei o que seria ter o meu próprio programa de culinária. As receitas, como é óbvio, seriam todas da minha autoria, as reinventadas teriam sempre referência ao criador(a). Diriam: " Que magnífico Pegada, não sei como é possível alguém inventar coisa tão saborosa!(esta parte já é o meu ascendente de leão a controlar a situação)"
A verdade é que adoro cozinhar. Gosto de todo o processo, ou quase todo. Considero uma arte, como muitos, aqueles que apreciam o alimento. Escolho os ingredientes, preparo o campo, imagino o projecto e ACÇÃO!
Cada passo tem que ter o seu tempo e cada sabor que compõe o todo tem que ser tratado com respeito e com atenção à individualidade que lhe fez merecer a presença como convidado ao prato. Vou fazendo tudo ao mesmo tempo mas sem pressas. E se possível arrumando logo todo o material utilizado. Como se de uma pequena cirurgia se tratasse há pormenores que são vitais: a higiene, a dedicação e acima de tudo o instinto!
O orgasmo culinário é o objectivo e tudo caminha para esse fim que é o prazer de comer.
Não sigo receitas, raras as vezes em que o fiz, e quando realmente olhei para receitas acabei por seguir só metade, sendo a nova metade muito mais parecida comigo do que seria o original composto. Sou muito esquisita, há coisas de que só gosto quando feitas por mim. Em relação a alimentos tento dar oportunidade para provarem o seu verdadeiro valor mas a primeira impressão, normalmente, dita-lhes o futuro que terão nas minhas mãos, como convidados ou rejeitados aos pratos do menu da Peg*. A imagem também conta. Um prato sem cor entristece-me e um prato demasiadamente folclórico dá-me vontade de comer com óculos escuros. E o tempo, o tempo é tudo. Só me dedico a cozinhar quando tenho tempo. Como hoje. E como raramente tem acontecido nas últimas semanas. De qualquer maneira o prato de hoje foi sob encomenda o que me frusta o gene da criatividade.
Tudo se resume ao acto de dar prazer. De dar algo que é básico e que pode ser maravilhoso. Gosto e gostava ainda de ser mais e melhor a fazê-lo! Bon apétit!
* Peg seria o diminutivo de Pegada e nome artístico, até porque ajudaria a internacionalização do programa, sabemos a dificuldade óbvia dos anglofonos em dizer nomes portugueses. Quem sabe num futuro longínquo...
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